Por um Trânsito mais Humano
|
|
||||
4 de Abril de 2013
O cidadão paulistano assistiu no último mês uma suposta campanha de conscientização dos motoristas sobre a necessidade de respeitar o pedestre, dando a ele preferência na hora de atravessar a rua. Nos pontos mais movimentados do centro, funcionários da prefeitura e mímicos promoviam uma suposta campanha orientando tanto as pessoas que circulavam a pé como os motoristas sobre diversas questões como, por exemplo, o uso da faixa de pedestres.
No entanto, pouco tempo depois da "nobre" campanha, está revelado o verdadeiro caráter desta política do mini-ditador que governo a maior cidade do País.
A partir de ontem, dia 19 de setembro, um batalhão de fiscais da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mais precisamente 3,1 mil agentes de trânsito, começaram a aplicar multas a quem desrespeitar as seguintes regras: deixar de dar preferência ao pedestre na faixa ou durante uma travessia em trecho sem semáforo; desrespeitar o pedestre atravessando a transversal ou deixando de sinalizar, com antecedência, a mudança de direção; e parar na faixa de pedestre na mudança de semáforos. As multas variam de R$ 85,12 a R$ 191,53 e podem render de 4 a 7 pontos na carteira de habilitação. Durante o período de testes do projeto, que foi de 8 de agosto a 3 de setembro, quando os fiscais da CET atuaram multando motoristas "apenas" na Avenida Paulista e na região central foram registradas 8.643 multas.
A desculpa para esta medida é uma suposta defesa do pedestre, no entanto, um breve retrospecto da administração Kassab neste setor mostra que por trás destas iniciativas está o favorecimento da indústria das multas.
No ano passado, as multas de trânsito bateram recorde na cidade e as por excesso de velocidade subiram mais que a média: 70%. E o número de motoristas flagrados por alguma infração subiu de 902 mil em 2009 para 1,54 milhão em 2010. Outro dado relevante: de 2008 até agora o número de radares na cidade aumentou de 300 para 450 e eles têm cada vez mais funções como fiscalizarem o avanço do semáforo vermelho, invasão da faixa de ônibus e até o rodízio.
Além disso, em abril deste ano o mini-ditador Gilberto Kassab começou a protestar débitos de contas decorrentes de multas em cartórios. Com isso, o nome do cidadão que não está em dia com suas multas de trânsito passou a ir para o cadastro de inadimplentes. De uma única vez, mais de 690 mil motoristas ficaram com o "nome sujo". Ou seja, Kassab amplia a aperfeiçoa a "indústria das multas" e depois ataca as pessoas que não conseguem pagar estas contas.
Pelas medidas e punições adotadas, logo se percebe que o objetivo da prefeitura não é melhorar o trânsito, pois qualquer iniciativa deste tipo não deveria começar punindo os motoristas, mas realizando uma ampla campanha entre eles, única forma de resolver de fato estes problemas. O desinteresse da prefeitura em resolver a questão também pode ser visto na falta de investimento e no aumento abusivo nas tarifas do transporte público. Dois dos principais motivos para o caos em que se encontram as ruas de São Paulo.
Apelando para argumentos morais e culpando os motoristas por algo que é responsabilidade da prefeitura, mais uma vez o mini-ditador Gilberto Kassab está realizando mais um ataque contra a população de São Paulo. É preciso desmascarar esta política e exigir o fim da "indústria das multas".
© 1992-2018 DIREITO DE TRÂNSITO - Informações sobre Multas de Trânsito - Todos os direitos reservados.
E-Mail: [email protected] / Telefone: 11-4970-6265